sexta-feira, 1 de julho de 2016

O AMOR MATERNO- Dona Eulália reviveu o amor de uma mãe.



O AMOR MATERNO

Dona Eulália reviveu o amor de uma mãe.

 

Ao atender uma senhora de 89 anos de idade, abordei sobre o valor de um filho, estava a educada senhora com os seus três filhos, duas moças e um rapaz, todos bem formados e informados, adultos independentes e conhecedores das coisas  do mundo, a falta de recursos não impediram que os três alisassem os bancos das universidades.

Diante de sua lucidez,   perguntei se a mesma não pretendia vende-los, e se aceitaria um caminhão baú repleto e empilhado de dólares por pelo menos um,  dos seus três rebentos. Dona Eulália placidamente respondeu , que nem que lhe oferecessem todo o dinheiro do mundo e do submundo, dos céus , dos mares e da terra venderia os seus tesouros, voltei e fui mais incisivo, dona Eulália e se eles tivessem dois ou três meses de vida e a senhora apertada, o que  a senhora faria se recebesse uma grande proposta, a mesma completou: Dr. Iderval, filho é filho, filho é uma dádiva de Deus, não existe nada neste mundo para que,   uma mãe que é   mãe se desfaça de um filho, nem por todo o ouro, diamante , rubi e todo o dinheiro do universo . E para justificar relembrou um fato vivido na infância.

 

Conta Dona Eulália, que da sua história de vida , do alto dos seus 89anos de idade, jamais se esqueceu deste importante e tocante fato.

Relata que transcorria o ano de 1940, estava com 13 anos de idade , refere que na baixa dos sapateiros, que  era um grande ponto da cidade de Salvador naquela época, presenciou a seguinte cena.

Uma senhora de uns 35 anos de idade,  juntamente com o seu filho de 08 anos  , pedia ajuda na rua para se alimentar e alimentar o seu filho, lembra que um senhor de branco e de barba branca, um médico que tinha um consultório na Rua Chile, se aproximou e perguntou  porque  pedia ajuda e esmola às pessoas, ela informou que não era pedinte,  estava doente , não podia trabalhar e tinha um filho para  criar , este médico delicadamente pegou o seu pulso, mensurou a sua pressão, olhou os seus olhos, ouviu os seus pulmões e o coração, ao término falou.

___Minha senhora, a senhora está doente e não pode ficar na rua, tem que ser internada, o menino não pode ficar com a senhora, vamos encontrar um lugar para alojá-lo, há de haver um lugar para ele ficar.

Relata dona Eulália,  que neste momento a mãe em desespero começou a chorar e a criança também, o médico disse.

___Dona, fique tranqüila, a senhora vai ser internada no Hospital Santa Isabel e eu vou cuidar do seu filho em minha casa até a senhora se recuperar.

O local ficou repleto de pessoas e  de curiosos , uma vez que chorava a mãe, a criança, as pessoas , inclusive ela, a coisa piorou e ficou mais contagiante, quando a mãe  disse .

___Meu  senhor , cuide bem do meu filho, cuide bem dele,  é a única riqueza que tenho na vida, foi um presente de Deus e é muito valioso, tenha paciência com ele, ele gosta de comer isso, aquilo e aquilo outro, não gosta disso, daquilo e daquilo outro, tenha paciência ele é uma criança.

Em prantos e abraçando o filho, a senhora falava em soluços cortados

__Vá meu filho, vá, o doutor foi mandado por Deus, vá que eu vou me tratar, eu vou ficar boa.

 

Todos choravam, até mesmo o velho médico de roupas e de barba branca chorou, viu Dr. Iderval  , viu? Todas as vezes que me lembro deste fato ainda choro, como hoje,  agora,  neste momento que estou lhe contando, foi uma cena impressionante e emocionante, sei que o senhor entende quando uma mãe é mãe.

Fiquei calado por uns dois minutos, recomecei a sua consulta, reiniciei a anamnese,  fiz o exame físico, a minha hipótese diagnóstica, a conclusão social , não solicitei exames , orientei e com efusivos abraços em todos da família , me despedi da bela matriarca e de suas crias , que como uma Leoa conduzia a sua ninhada.

Falei pra Dona Eulália:

__Muito obrigada Dona Eulália, muito obrigada  pela bela aula e exemplo de vida.

Para  o desfecho total da consulta  falei pra dona Eulália.

__Dona Eulália , qual o nome deste seu filho caçula, deste seu filho que abusou da feiúra, deste sujeito mal afrojado?

Dona Eulália na ponta da língua, de chofre, na bucha, se vira, olha nos meus olhos e  responde.

__Dr. Iderval, aí o senhor quer eu brigue com o senhor , mãe que é mãe , é mãe.

Não precisa dizer que neste momento todos nós choramos e fiquei com a cena na cabeça.

Quem era este senhor médico todo de branco , de cabelos e barbas brancas? Qual o seu paradeiro, por onde anda este menino e qual o destino daquela mãe?

Pensei em ressuscitá-lo, pensei outra vez,  como não sou Deus seria até uma heresia em ter um pensamento desta monta, o exemplo já basta .

Pensei, vou continuar o meu caminho, vou em frente , um dia nos encontraremos, até mais , até o ano de 2056 se assim Deus quiser, de roupas brancas, voz baixa, vistas curtas, oiças diminuídas , cabelos e barbas brancas, será assim o nosso encontro.
Iderval Reginaldo Tenório

ESCUTEM UM CLÁSSICO  SOBRE UMA MÃE, O  IMORTAL LINDOMAR CASATILHO

LINDOMAR CASTILHO - MINHA MÃE, MINHA HEROÍNA - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=zWHN...
5 de set de 2011 - Vídeo enviado por N2010R
Parei por um instante e pensei Chorei por que ela não estava aqui Mas nesta hora ela pensa em mim eu .

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