terça-feira, 6 de outubro de 2015

Ruben Darío, o poeta da América Latina

Ruben Darío, o poeta da América Latina

Rubén Dario foi um dos maiores expoentes da poesia modernista da América Latina, passados 148 anos de seu nascimento, seu legado, que transcendeu as fronteiras do nosso continente e ganhou o mundo, ainda inspira poetas contemporâneos. 


TeleSur
Ruben Darío, poeta, jornalista e diplomataRuben Darío, poeta, jornalista e diplomata
Nascido Félix Rubén García Sarmiento, o nicaraguense Ruben Dario é considerado como o precursor do modernismo literário na América Latina. Sua influência na poesia do século 20 lhe proporcionou o título de Príncipe das Letras Castelhanas.

Nasceu em Metapa, atualmente Cidade Darío, em Metagalpa, na Nicarágua, em 18 de janeiro de 1867. Filho de uma mãe separada, viveu a maior parte de sua infância na cidade de León, criado por seus tios avós Felix e Bernarda, a quem considerava seus verdadeiros pais.

Um prodígio

Segundo relata sua autobiografia, Rubén Darío, tinha apenas três anos de idade quando aprendeu a ler. Sua tia avó o introduziu no mundo das letras sento-o em seu colo e o fazendo levar o dedo indicador por um abecedário.

Desde muito pequeno recebeu a influência dos clássicos da literatura. Dom Quixote, Mil e uma Noites e a Bíblia são as primeiras obras que inspiraram o gênio criador e seu sentido poético.

Ainda adolescente publicou seus primeiros poemas A fé, Uma lágrima e O desengano, influenciado pelos poetas franceses, com 13 anos sua produção literária se tornou pública.

Jornalista e diplomata 

O jornalismo foi sua principal fonte de renda. Escreveu para diversos jornais e revistas, em sua autobiografia relata seu primeiro encontro com o mundo jornalístico: “Se publicava em León um jornal político chamado A Verdade. Fui chamado na redação – tinha na época cerca de 14 anos – me fizeram escrever artigos sobre combate, que eu redigi à moda de um escritor equatoriano famoso, violento, puro e ilustre, chamado Juan Montalvo, que deixou excelentes volumes sobre liminares e denúncias. Como o periódico A Verdade era de oposição, meus insultos iam contra o governo e o governo se irritou. Me acusavam de vago, mas eu me liberei das denúncias porque um doutor pedagogo, liberal e de boa vontade, declarou que não podia ser vago quem, como eu, era professor no colégio que ele dirigia”.

Foi correspondente do jornal La Nación, de Buenos Aires, que na época era o maior periódico da América Latina. Também prestou serviços no diário La Época, em Santiago, no Chile.

Aos 16 anos já tinha um entendimento claro, pode-se dizer que esta foi sua segunda vocação: a diplomacia. “O elemento constitutivo da ciência da diplomacia é o conhecimento de diversas manifestações dos governos, a análise dos regimes nacionais e a medida exata, ou aproximada, das tendências que se advertem na direção de um Estado. O olho crítico de um diplomata penetra nos mistérios da política e sabe distinguir as atitudes graves de um governante severo e justo, como as tramas que inventam a falsidade e a má fé”.

Desta forma ocupou diversos cargos consulares em Buenos Aires e Paris. Em sua carreira diplomática não abandonou nunca sua produção literária, o fruto de suas ambas ocupações se viu refletido em suas obras A ColónSonatina, O fatal eCanção de outono e primavera.

Revolucionário da Literatura

Sua principal obra, Azul (1888) é considerada a primeira obra do Modernismo latino-americano. É composta de relatos breves e alguns poemas, carregada de sensualidade, erotismo e musicalidade.

Rubén Darío iniciou o Movimento Modernista na América Latina influenciado pela poesia francesa. Sua poesia Modernista se compôs com influência dos estilos românticos, parnasiano e do simbolismo.

O mesmo autor definiu ao Modernismo desta forma: “não é outra coisa que o verso e a prosa castelhanos passados pelo fino crivo do bom verso e da boa prosa francesas”.

Três de suas obras dão conta da evolução de seu Modernismo: Azul, Prosas profanas e Cantos de vida e esperança. Inspirou muitos poetas modernistas espanhóis de sua época. Sua obra foi influente, a independência criativa, o refino e a sensibilidade aberta a diversas culturas, própria do Modernismo, repercutiram na produção cultural de sua época e influenciaram a poesia de língua hispânica.

Seu estilo é celebrado em toda a América Latina e seu legado transcendeu além de nosso continente até se converter em referências da produção literária latino-americana do século 20.

Fonte: TeleSur
Tradução: Mariana Serafini, do Portal Vermelho

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