quarta-feira, 14 de outubro de 2015

MEDICINA CARA SE AFASTA DA BAIXA COMPLEXIDADE, O MODELO AMERICANO FALIU A MEDICINA BRASILEIRA


MEDICINA CARA SE AFASTA DA BAIXA COMPLEXIDADE, O MODELO AMERICANO FALIU A MEDICINA BRASILEIRA


DROGAS, TODAS IMPORTADAS, O PAIS NÃO TEM INDÚSTRIA DE MEDICAMENTOS PRÓPRIO.
 
EQUIPAMENTOS CAROS E EM GRANDE QUANTIDADE,
UMA ÚNICA CAPITAL DO BRASIL TEM MAIS MÁQUINAS DO QUE TODO O 
FRACASSO NA BAIXA COMPLEXIDADE, DOENÇAS SIMPLES E DE SOLUÇÃO BARATA SÃO POSTERGADAS PARA AS SUAS COMPLICAÇÕES, LITÍASE BILIAR EVOLUI PARA PANCREATITE, APENDICITE AGUDA PARA PERITONITE, PNEUMIONIA PARA ABSCESSO PULMONAR.

É O CAOS E O MENOSPREZO PARA COM AS DOENÇAS DOMÉSTICAS E PARA COM OS DESCAMISADOS.
 
A FALÊNCIA DO MODELO DA MEDICINA BRASILEIRA , UMA DAS MANEIRAS DE ENVIAR DÓLARES PARA O EXTERIOR.
PARA OS DONOS DA TECNOLOGIA, EUROPEUS E AMERICANOS.
 
Brasileiros , como médico formado em 1982  pela UFBA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA) enxerguei no MAIS MÉDICOS  a confirmação do meu pensamento sobre a medicina mundial capitalista, que conseguiu implantar no Brasil o seu modeloconsumista .

Modelo  seletivo, elitista,  caro, aparelhado  , excludente , exibicionista e  que foi o escolhido ou imposto  à Medicina Brasileira  pelos países dominantes. Este  modelo fez com que o curso se prolongasse por mais três ou cinco anos para a terrível especialização, um bem  necessário, muito ovacionado e valorizado e que  tem sido  uma das causas do afastamento do médico para com a  população carente.
Citarei alguns fatores que trarão clareamento para a medicina brasileira como um todo.
1-O modelo escolhido e imposto ao Brasil  traz embutido a obrigatoriedade de altos investimentos na formação dos seus médicos, tarefas estas que  ficam a dispêndio das  famílias de onde saem  estes médicos. Foi feito um cálculo e chegou-se à conclusão que,  cada médico custa  para a sua família de 500 a 600 mil reais, do inicio da educação até  o inicio definitivo da vida laboral sem esquecer que,  nos dias atuais,   mais de 80%  são oriundos de escolas particulares.

2-O modelo imposto faz com que,  milhões de dólares dos cofres públicos e da população que custeiam a saúde ,  sejam transferidos para os países donos das tecnologias na aquisição de equipamentos, medicamentos , cursos, viagens, livros , peças de reposição e descartáveis, levando a crê que este modelo agrada aos poderosos americanos e europeus, uma vez que sugam mais de 50% de todo o orçamento  brasileiro da  saúde.

3-O modelo imposto faz com as instituições sigam ao pé da letra as instruções emanadas do G8,  título de especialista, manuseio de equipamentos, consumo de produtos descartáveis,   como se uma prova teórica fosse mais importante do que a experiência de mais 15 anos na prática de uma função médica,  numa grande unidade publica, numa   de ensino , num hospital regional que atende todos os tipos de doenças ou  na escola da vida e da necessidade profissional local.

4-O modelo imposto faz com que,  os médicos generalistas percam totalmente o seu valor, faz com que estes  profissionais fiquem  à margem do progresso, na contra mão do exercício profissional e a mercê de  a qualquer momento sejam convocados ao seu Conselho  para responder por procedimentos realizados, mesmo que bem realizados, tudo por não possuírem  os tais títulos, na sua grande maioria desnecessário.

5-O modelo imposto ao país faz com que , mais de 54% ( 240 mil) dos 400 mil médicos brasileiros  possuam  e exerçam uma ou duas especialidades, muitas tão seletivas que , afastam em definitivo aquele profissional da medicina assistencialista, sobrando apenas 160 mil médicos generalistas . Destes 54%  que somam mais de 240 mil profissionais, apenas  40% continuam sendo verdadeiros médicos assistencialistas, os demais, 60%,  depois de cinco anos esquecem-se do estetoscópio, da semiologia abdominal ,torácica e emocional  , do tensiômetro , da famosa anamnese, do diálogo e da compaixão, estes se transformam em elitistas por profissão, por necessidade labutam em grandes centros , em serviços fechados bem equipados e se acham incapacitados de atuarem no campo, na linha de frente. Não citarei as especialidades  por ser do conhecimento de todos que militam na área, estes somam mais de 150 mil profissionais, dilacerando a média de 1,8 médicos para cada 1000 habitantes.

6-O modelo imposto ao país faz com que, o médico brasileiro  custe muito caro, impôs um alto custo de manutenção e só saiba atuar assessorado por tecnologia de ponta  em substituição à consagrada e soberana clínica, afastando estes profissionais dos distantes grotões  deste imenso pais continental. Atrelada a desconfiguração da verdadeira medicina pregada  pelo pai Hipócrates , pelo  deus da medicina  Esculápio ou Asclépio vem os governos,  anos após anos sangrando o orçamento da saúde publica,  diminuindo a escola publica de qualidade em todos os níveis, do primário à formação do médico,   escanteiando a  assistência  de baixa complexidade à população de baixa renda , reforçando  a baixa remuneração dos profissionais, precarizando os vínculos trabalhistas,  implantado a falta de segurança nos ambientes de trabalhos, forçando os profissionais viajarem de município em município à procura  de melhores salários, levando a um grande número de óbitos por acidentes, tangenciado o que diz a constituição Federal de 1988.

7-O modelo imposto faz com que,  o governo consiga convencer a população que o vilão deste caos é a vontade do médico, que o culpado é o não compromisso dos profissionais da saúde, quando na verdade são os médicos , como as comunidades , vitimas.

Fechando este comentário posto algumas alternativas.

1-Que as Instituições passem a valorizar mais os médicos sem especialidades, médicos  de comprovado saber.
2-Que mesmo na mais sofisticada especialização  seja o médico obrigado a continuar a exercer a soberana clinica médica.
3-Que os médicos brasileiros não precisem em sua grande maioria se especializarem tanto, uma vez que,  este modelo nada mais é do que a evangelização do profissional para a utilização dos recursos tecnológicos do além mar e isto os deixam orgulhosos.
4-Que os médicos passem a atuar com contratos trabalhistas de sustentabilidade,  com todos os diretos trabalhistas  como todos os trabalhadores deste país.
5-Que a Clinica seja bem valorizada , que aproxime os profissionais dos seus pacientes e volte à sua soberania.
6-Que os Prefeitos percam qualquer autoridade  sobre os profissionais médicos e os conflitos sejam resolvidos por um governo central , com muito respeito ao cidadão.
7-Que um dia os médicos possam  viver e sobreviver  dignamente com os seus  ganhos da aposentadoria, hoje totalmente inexequível.
8-Que as Escolas Públicas de Medicina sejam melhoradas,  que os Hospitais Universitários possuam as mínimas condições,  que as vagas  ampliadas não sejam  entregues ao  ensino privado.
Acredito que , com este relato ficou claro que o médico brasileiro não é contra o mais médico , pois seria uma insanidade,  seria o esquecimento de tudo quanto se aprende na Universidade,  o médico brasileiro está contra  é ao modelo aplicado, o modus operandi ,  é contra os contratos sem contratos, contra o atropelamento das leis vigentes para o exercício da profissão e contra os nebulosos acertos feitos entre os gestores do programa.
Enfim, o médico brasileiro é a favor da assistência ao povo brasileiro, agora que seja bom para todos, que seja bom  para o governo, para os médicos e os seus familiares, mas, principalmente, que seja bom, ótimo  para o povo, e para o povo mais povo, aquele que  não conhece nem o pão que tem direito.
Iderval Reginaldo Tenório

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23/10/2009 - Vídeo enviado por caminhoneirosp
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