quarta-feira, 15 de julho de 2015

GUILLAIN-BARRÉ-SYNDROME

José Abelardo Garcia de MenesesROSA - Reuniao dos Obstetras de Salvador
1 h · Salvador ·
Cremeb refuta afirmação do secretário de saúde de que só se morre de Guillain-Barré por negligência médica
15/07/2015
O Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), ao tomar conhecimento da declaração do atual secretário de Saúde do Estado da Bahia de que “ninguém morre de Guilaiin-Barré” e que “para uma pessoa morrer de Guillain-Barré é necessário ter negligência médica”, vem a público – surpreso e indignado – expressar seu mais veemente repúdio à infeliz afirm...ação.
Trinta por cento dos pacientes portadores da SGB são acometidos de insuficiência respiratória pelo comprometimento da musculatura toráxica, pois necessitam de ventilação mecânica à qual têm difícil acesso por negligência – esta sim – de gestores da saúde em todos os níveis do país. Pacientes com a síndrome de Guillain-Barré apresentam taxas de mortalidade de 5 a 7% devido não só à insuficiência respiratória como também a pneumonia por aspiração, arritmias cardíacas, embolia pulmonar e sepse hospitalar.
É cediço que a assistência à saúde pública no Brasil é precária por falta da estrutura necessária, não podendo uma autoridade atribuir o insucesso no tratamento de pacientes apenas a possível negligência médica.
Fonte: Ascom - Cremeb


SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

P/ Drauzio Varella
A síndrome de Guillain-Barré, também conhecida por polirradiculoneuropatia idiopática aguda oupolirradiculopatia aguda imunomediada, é uma doença do sistema nervoso (neuropatia) adquirida, provavelmente de caráter autoimune, marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos tendinosos. Ela se manifesta sob a forma de inflamação aguda desses nervos e, às vezes, das raízes nervosas.
O processo inflamatório e desmielizante interfere na condução do estímulo nervoso até os músculos e, em parte dos casos, no sentido contrário, isto é, na condução dos estímulos sensoriais até o cérebro.
Emgeral, a moléstia evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar. Por isso, pode levar meses até o paciente ser considerado completamente curado. Em alguns casos, a doença pode tornar-se crônica ou recidivar.
Causas
Não se conhece a causa específica da síndrome. No entanto, na maioria dos casos, duas ou três semanas antes, os portadores da síndrome manifestaram uma doença aguda provocada por vírus (citomegalovírus, Epstein Barr, da gripe e da hepatite, por exemplo) ou bactérias (especialmenteCampylobacter jejuni ). A hipótese é que essa infecção aciona o sistema de defesa do organismo para produzir anticorpos contra os micro-organismos invasores. No entanto, a resposta imunológica é mais intensa do que seria necessário e, além do agente infeccioso, ataca também a bainha de mielina dos nervos periféricos.
Cirurgias, vacinação, traumas, gravidez, linfomas, gastrenterite aguda e infecção das vias respiratórias altas podem ser consideradas outras causas possíveis da polirradiculoneuropatia aguda.
Sintomas
O sintoma preponderante da síndromede Guillain-Barré é a fraqueza muscular progressiva e ascendente, acompanhada ou não de parestesias (alterações da sensibilidade, como coceira, queimação, dormência, etc.), que se manifesta inicialmente nas pernas e pode provocar perdas motoras e paralisia flácida. Com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço e afetar os músculos da face, da orofaringe, da respiração e da deglutição.
Em número menor de casos, o comprometimento dos nervos periféricos pode produzir sintomas relacionados com o sistema nervoso autônomo, como taquicardia, oscilações na pressão arterial, anormalidades na sudorese, no funcionamento dos intestinos e da bexiga, no controle dos esfíncteres e disfunção pulmonar.
Os sintomas regridem no sentido inverso ao que começaram, isto é, de cima para baixo.
Diagnóstico
O diagnóstico tem como base a avaliação clínica e neurológica, a análise laboratorial do líquido cefalorraquiano (LCR) que envolve o sistema nervoso central, e a eletroneuromiografia.
É muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças autoimunes e neuropatias, como a poliomielite e o botulismo, que também podem provocar déficit motor.

Tratamento
O tratamento da síndrome conta com dois recursos: a plasmaférese (técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente) e a administração intravenosa de imunoglobulina para impedir a ação deletéria dos anticorpos agressores. Exercícios fisioterápicos devem ser introduzidos precocemente para manter a funcionalidade dos movimentos.
Medicamentos imunosupressores podem ser úteis, nos quadros crônicos da doença.
Importante: A síndrome de Guillain-Barré deve ser considerada uma emergência médica que exige internação hospitalar já na fase inicial da evolução. Quando os músculos da respiração e da face são afetados, o que pode acontecer rapidamente, os pacientes necessitam de ventilação mecânica para o tratamento da insuficiência respiratória.
Recomendações
Esteja atento às seguintes considerações:
* Em grande parte dos casos, a síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio autolimitado. No entanto, o paciente deve ser levado imediatamente para o hospital assim que apresentar sintomas que possam sugerir a doença, porque pode precisar de atendimento de urgência;
* Como ainda não foram determinadas as causas da doença, não foi possível também estabelecer as formas de preveni-la;
* O processo de recuperação da síndrome, em geral, é vagaroso, mas o restabelecimento costuma ser completo;
* É muito pequeno o número de casos da síndrome em que a causa pode ser atribuída à vacinação, em geral, contra gripe e meningite. Por isso, as pessoas devem continuar tomando essas vacinas normalmente;
* A fisioterapia é um recurso fundamental especialmente para o controle e reversão do déficit motor que a síndrome pode provocar.


                                                                vírus da zika.

Análises de amostras de sangue feitas em 42 pacientes diagnosticados com asíndrome de Guillain-Barré (GBS, sigla em inglês), entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, durante surto do vírus da zika na Polinésia Francesa, oferecem a primeira evidência de que o vírus pode causar a síndrome. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (29) na revista científica The Lancet.
De acordo com o estudo, baseado em dados coletados no país da Oceania, se 100 mil pessoas forem infectadas com a zika, ao menos 24 delas desenvolverão Guillain-Barré.
Para Arnaud Fontanet, do Instituto Pasteur, na França, líder da pesquisa, não há dúvidas de que o vírus da zika causou o surto de casos de GBS. "As ligações são tão fortes como as que existem entre tabaco e câncer", afirmou à AFP.
Todos os 42 pacientes foram diagnosticados no Centro Hospitalar da Polinésia Francesa, em Papete, no Taiti. "Nós encontramos vestígios da recente presença de zika em 100% dos pacientes com Guillain-Barré", explicou Fontanet. Testes sorológicos mostraram que 98% deles carregavam anticorpos contra o vírus da zika.

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