sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ministério anuncia licitação para criar novos cursos de medicina



Ministério anuncia licitação para criar 

novos cursos de medicina


Cursos serão implantados em 60 cidades selecionadas, 
informou ministério.
Mercadante disse que especialistas discutem
 mudanças no Mais Médicos.

Mariana Oliveira



Ministério Educação 
(MEC) anunciou nesta terça-feira (23) que escolas privadas interessadas na abertura de novos cursos de medicina terão de participar de licitação cujo vencedor será o que oferecer a melhor proposta pedagócia e a menor mensalidade possível.
As informações foram dadas durante apresentação de regras para criação de novos cursos de medicina que devem, necessariamente, prever dois anos de residência no Sistema Único de Saúde (SUS).
O mecanismo está previsto no programa Mais Médicos, que visa ampliar a quantidade de profissionais na área de saúde em todo o país e atrair estrangeiros para atuar em periferias e interior.

As cidades e os locais onde as universidades privadas poderão concorrer ainda não foram informados. Um pré-edital sairá no dia 16 de agosto para abertura de consulta pública que determinará todos os critérios para a criação das vagas. O edital final deve sair em setembro deste ano.
O governo identificou 60 cidades de todo o país nas quais há estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) que justifiquem a criação de vagas de medicina. Em alguns municípios, a iniciativa de criação de vagas partirá de instituições federais. Em outras, as privadas poderão disputar para definir quem será responsável pelo curso.
Escolas públicas e privadas terão que apresentar projeto pedagógico do curso, perfil dos professores responsáveis pelas disciplinas e projeto de infraestrutura de atuação no SUS. Privadas apresentarão ainda dados econômicos, como valor de investimento no SUS e menor mensalidade a ser cobrada.
Depois que as faculdades se inscreverem, uma comissão de especialistas coordenada pelo ex-ministro da Saúde Adib Jatene vai visitar as faculdades e a que reunir as melhores condições obterá as vagas de medicina.
Atualmente, há 46 hospitais universitários no país, segundo o MEC. Até 2018, mais seis devem ser criados. Com isso, o governo estima que abrirá na rede pública de ensino 3.615 vagas de medicina.
Além disso, há estimativa de que as escolas privadas criem 7.832 vagas. Se isso ocorrer, serão abertas no país 11.447 vagas nas faculdades de medicina.
Há ainda possibilidade de abertura de 50 mil vagas de servidores, alguns terceirizados. A previsão de aumento de médicos foi divulgada no mês passado pelo Ministério da Saúde.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, informou que "não haverá uma única vaga autorizada em medicina se não houver campo de prática no âmbito do SUS".
"Medicina não é curso que se faz com cuspe e giz. Tem que ter experiência vivida", declarou o ministro.
Mercadante disse que nem todas as faculdades de medicina terão hospital universitário para atuar, mas terão um hospital do SUS para a profissionalização dos alunos.
Ainda conforme o ministro, foi firmada uma parceria de capacitação para os hospitais universitários com o Hospital Sírio Libanês.
O ministro disse que, nos lugares onde a iniciativa privada não se interessar na abertura de vagas, o Estado assumirá. "Em alguns lugares, é o Estado que tem que fazer ou  não será feito", afirmou.
Aloizio Mercadante também voltou a contestar criticas ao programa Mais Médicos e disse crer que não haverá divergências em relação aos dois anos a mais no currículo de medicina previstos no programa.
O GLOBO.

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