IDERVAL TENÓRIO: O NORDESTE

SERRA DO ARARIPE

AO POETA DUDÉ DAS AROEIRAS

O QUE É O NORDESTE

Professor Dudé, o Nordeste é poesia, o Nordeste é realidade, o Nordeste é ilusão, é a seca, é a chuva, é o chão, a fome e a razão.

O Nordeste é o forte homem, o Nordeste , é a Paraíba e o o sertão, o Nordeste é o Juazeiro do Norte, é o Crato, é o Padre Cícero, é o Padre Ibiapina, é o Conselheiro, é o Frei Damião.

O Nordeste é o Ceará, o Cariri, o horto, o sertão, é Aroiras, é Dudé, é José, é Chico Anysio, João Claudio, é o Patativa do Assaré. É o João Silva, é Luiz o Rei do Baião, é o Vital Farias, Jackson do Pandeiro, Xangai, Elomar, Bule Bule e Riachão.

O Nordeste é Gil, Caetano, Fagner, Ednardo, Belchior e o seu medo de avião, é o meu primo Lunga, é Zé Miguel e dona Tonha, é a Serra do Araripe, é meu torrão, é o velho Chico e o seu Vapor, é Francisco , é o cabeça chata, é Damião, é Campina Grande , a cabeça de galo e o pirão, é o amigo, é o padre, é o cantor, é o irmão, é a reza, é o batismo, Dudé o Nordeste é a renovação.

O Nordeste é Suassuna, é o Daniel Walker, o Casimiro, é o Frederico Pernambucano de Melo, é o Israel Filho, Lenine, Alceu Valença, Elba, Amelinha, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Byron Sarinho, Jorge Amado e Gabriela, é Antonio Nóbrega, José de Alencar, Dom Helder Câmara, Herberto Sales e o seu cascalho, Maria Bonita, Corisco e Lampião.

O Nordeste é o jumento esperto, é o bode ligeiro, é o pai de chiqueiro, é o burro velhaco , é o cavalo alazão, é o cachorro vira-latas, o boi pé duro, é a vaca parida, é a novilha bonita, é o bezerro apartado, o boi com careta e o boi cambão, é o cavalo de corrida, é o vaqueiro encourado , o macho valente e a festa de apartação, é a vaquejada, o queijo de coalho e o baião de dois, é a buchada de bode, é a cabocla bonita , é a sanfona solta e a exposição.

O Nordeste é poeira, é de novo aroeiras, é chão, é pedra, é Brasil, é realidade, é o Paraíso, é a Juriti e o Gavião, é o verde, é o homem, é o bicho, é Deus, é o cão, O Nordeste é tudo isso, o Nordeste é nosso, é cultura, de novo poeira , é a viola e o violão, é a rabeca, o chifre de boi e o artesão, é o bigode e maneiro pau, o repente, é a força, é outra vez o amigo Dudé, o Nordeste é o patrão.

O Nordeste Dudé é tudo, é currulepe, é amor, é canção, é Maria, é José, é João, é o milho, a canjica o pão, a tapioca e a pamonha, é o choro , é a tristeza, a alegria e a paixão , é a noite, a lua , a estrela Dalva, as Três Marias, o Cruzeiro do Sul, o céu azul, o sonho, o sol e a a razão, o Nordeste Dudé, é o meu pai, é a minha mãe e o meu irmão, é o seu pai , a sua mãe, a sua casa, o seu terreiro, é o cangaço e união.

O nordeste é tudo isso.

É O FOGO, O FRIO , A FOME, A VENTANIA, O SOL QUEIMANTE, A ÁGUA BARRENTA, A FARTURA, É A LUTA, O NORDESTE É PAIXÃO.

Iderval Reginaldo Tenório.

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