domingo, 5 de janeiro de 2014

Causas da Guerra de Canudos

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Causas da Guerra de Canudos

   Por Antonio Gasparetto Junior
Canudos  surgiu ainda no século XVIII como um arraial nos arredores da Fazenda Canudos, localizada às margens do rio Vaza-Barris. Logo constituiu-se em uma pequena aldeia no nordeste brasileiro. Seu crescimento se mostrou notável com a chegada de Antônio Conselheiro  em 1893, quando passou a contar com cerce de 25 mil habitantes. Antônio Conselheiro era o apelido do homem de nome Antônio Vicente Mendes Maciel, um cearense proveniente de uma família tradicional que era comerciante, professor e advogado prático nos sertões. Quando sua esposa o abandonou, sua vida mudou por completo. Ao ficar só, passou a vagar pelos sertões durante 25 anos de sua vida. Tornou-se um homem respeitado por suas convicções, o que atraiu milhares de seguidores. Quando a República foi proclamada no Brasil, defendeu que tal modo de governo era uma materialização do reino anticristão na Terra e que isso demonstrava a proximidade do fim do mundo.

A chegada de Antônio Conselheiro em Canudos, em 1893, logo o tornou líder do arraial que ganhou significativo incremento populacional. O local foi rebatizado pelo novo líder como Belo Monte e o local ganhou certa independência. Esta independência incomodou profundamente a imprensa, o clero e os latifundiários da região. Além disso, o crescente fluxo de pessoal para o local, levando valores financeiros e ideológicos para o local também pesaram sobremaneira no desagrado. Assim, os opositores de Antônio Conselheiro criaram uma imagem através da imprensa de um líder monarquista, um homem perigoso que servia interesses internacionais enquanto tentava resgatar o antigo regime no Brasil. Rapidamente a opinião pública foi manipulada em favor da imagem construída, preparando o terreno para um combate direto contra os habitantes de Canudos.
O governo republicano estava muito incomodado com as ideias que vinham sendo propagadas por Antônio Conselheiro e, além de construir uma imagem negativa do líder de Canudos, desejava encerrar rapidamente a questão, mas precisava de dinheiro para isso. Para piorar, ex-escravos que vagavam pelo sertão sem oportunidades de trabalho foram recebidos por Antônio Conselheiro e passaram a integrar sua comunidade igualmente. Ou seja, menos pessoas que pagariam impostos à República. O ano de 1896 marcou o estopim da Guerra de Canudos, quando Antônio Conselheiro comprou madeira de Juazeiro para construir uma nova igreja, mas a encomenda não foi entregue. Seus seguidores ameaçaram buscar a madeira à força, postura que levou a cidade de Juazeiro a pedir reforço do governo baiano. Este, por sua vez, auxiliou enviando um destacamento de cem soldados para Juazeiro, os quais permaneceram na cidade durante vários dias sem nenhuma ameaça. No dia 24 de novembro, o destacamento partiu sentido Canudos e foram surpreendidos por um grupo de seguidores de Antônio Conselheiro perto de Uauá, o que resultou na morte de muitos conselheiristas.
Esse primeiro combate foi considerado como ofensiva oficial dos habitantes de Canudos. Embora tenham morrido apenas oito militares, o exército se retirou para preparar novas expedições contra o vilarejo e aproveitar a situação para fortalecer a ideia de perigo oferecido por Antônio Conselheiro e seus seguidores perante a opinião pública. Resultando em um conflito que se estenderia até outubro de 1897.
Fonte:
CUNHA, Euclides da. Os Sertões – Campanha de Canudos. Rio de Janeiro: Laemmert, 1902.
INTERPRETANDO A NOTICIA.
Por Iderval Reginaldo Tenório
Fonte -A Guerra Social de Canudos de Edmundo Muniz
Em1896 Antônio Conselheiro comprou toda a madeira para uma grande Igreja, a madeira foi comprada ao Coronel João Evangelista Pereira de Melo da cidade de Juazeiro da Bahia, no dia da entrega alegou que não tinha pessoal para o transporte, o Conselheiro informou ao Coronel que a falta de pessoal não seria problema, pois enviaria um grupamento de fies para transporta-la e assim  fez, acontece que o Juiz da cidade que já era desafeto do Conselheiro devido a batalha do BOM CONSELHO avisou para toda a região que a cidade seria invadida por BANDIDOS DO CONSELHEIRO( OS SERTANEJOS NÃO ERAM BANDIDOS E NEM BADERNEIROS), foi assim que as tropas do Governo foram enviadas para Juazeiro, como as tropas nada encontraram em Juazeiro , foram para Canudos, foram ao ataque, nesta contenda morreram oito praças e alguns conselheiristas, neste combate os soldados fugiram, mas antes saquearam os moradores de Uauá   que era constituído de pessoas simples , pobre e simpatizantes do Conselheiro, o detalhe do saque foi denunciado pelo próprio governador Luiz Viana numa carta enviada ao Presidente Manuel Vitorino. O Euclides da Cunha conhecidamente não era simpatizante de Canudos e sempre colocava o Conselheiro como apenas um fanático e às vezes débil mental.  Está aí este relato do E Cunha.
Foi este fato   que desencadeou o grande massacre, a maior carnificina contra inocentes no Brasil..

GUERRA DE CANUDOS - ALDO SOUZA - BRASIL - YouTube

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