segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Morre, aos 53 anos, o governador de Sergipe, Marcelo Déda

Morre, aos 53 anos, o governador de Sergipe, Marcelo Déda

  • Petista lutava contra um câncer no sistema gastrointestinal desde o ano passado e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo
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O governador de Sergipe, Marcelo Déda, morreu de câncer no sistema gastrointestinal
Foto: Agência O Globo / Gustavo Miranda
O governador de Sergipe, Marcelo Déda, morreu de câncer no sistema gastrointestinal Agência O Globo / Gustavo Miranda
RIO - Morreu às 4h45m desta segunda-feira, o governador de Sergipe, Marcelo Déda. Ele lutava contra um câncer no sistema gastrointestinal desde o ano passado e estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Advogado de formação, teve sua ascensão política na década de 90, quando enfrentou caciques da política local, como Jackson Barreto — que, nas últimas eleições, em 2010, tornou-se seu vice e hoje é o governador em exercício do estado. Mas foi como deputado federal que conseguiu expressão nacional. Com uma personalidade mais conciliadora no trato político, diferente da de outros parlamentares do PT na época, Déda logo conquistou espaço e passou a ser consultado para temas do Legislativo. Fazia “dupla” no Congresso com outro político que teve crescimento na política nacional: o ex-senador José Eduardo Dutra.
Com um perfil mais aberto ao diálogo e integrante da corrente majoritária do PT, na época, a Articulação (hoje, Campo Majoritário), Déda foi eleito líder do PT na Câmara para o biênio 1998-1999. Foi neste período que consolidou seu espaço em nível nacional.
Como líder do PT na Câmara, protagonizou uma das cenas mais inusitadas da política da época. Aceitou participar de encontro com o então presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio da Alvorada e, diferentemente dos demais parlamentares, chegou num simples Corsa branco.
Os problemas de saúde começaram em 2009, quando retirou um nódulo benigno no pâncreas. Três anos depois, foi diagnosticado um câncer no sistema gastrointestinal. Déda perdeu peso desde o início da doença, mas sempre resistiu a deixar o governo de Sergipe. Segundo auxiliares, quis continuar trabalhando, até onde a saúde permitiu. Só há pouco tempo aceitou permanecer no Hospital Sírio-Libanês.
Ele nasceu em 1960 e começou a carreira cedo. Em 1986, foi eleito deputado estadual, com mais de 30 mil votos. Em 1994, venceu a eleição para deputado federal, o que lhe deu projeção nacional.
Em outubro de 1998, diante da reeleição do presidente Fernando Henrique, Déda disse que a proposta do tucano de dialogar com a oposição não significava que se aceitaria todas as medidas enviadas pelo governo. Conhecido pela clareza e pelas frases de feito, foi direto.
- Não temos a menor disposição de aprovar esse band-aid fiscal que o governo vai propor. Queremos discutir mais profundamente. A oposição também tem as suas ideias. Isso é que é diálogo. O presidente (FH) ainda não desceu do palanque. Ele descreveu um país cor-de-rosa e não admitiu seus próprios erros na condução da política econômica. Falou em diálogo, mas não disse em torno de quais projetos quer dialogar — disse.
Em 2000, Déda disputou a prefeitura de Aracaju (SE) e foi eleito. Foi uma das surpresas das eleições municipais: começou atrás nas pesquisas e venceu no primeiro turno, com 52,80% dos votos. Em 2004, foi reeleito, com mais de 71% dos votos.
Em 2006, Déda se desincompatibilizou da prefeitura e disputou o governo do Estado. Com uma das principais vitórias do PT nas eleições estaduais, ele foi eleito e desbancou João Alves Filho, tradicional política da cena sergipana. Quatro anos depois, foi reeleito governador, novamente batendo o grupo de Alves Filho.
Déda se casou duas vezes: com Márcia e Eliane Aquino. Tem cinco filhos: Marcella, Yasmin, Luísa (do primeiro casamento), João Marcelo e Mateus (do segundo).
Como governador, Déda se tornou um dos nomes mais influentes na política do PT nacional. Sempre costumava ser chamado pelo ex-presidente Lula para conversas e festas. Este pertencia à safra de novos governadores do PT, como Jaques Wagner (BA) e Tarso Genro (RS).
OGLOBO.

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