sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Morte de irmãos em Ondina: advogado de médica diz não haver provas de batida

Morte de irmãos em Ondina: advogado de médica diz não haver provas de batida

Defesa se baseia, principalmente, em laudo do DPT sobre vídeo. Acidente que matou os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes aconteceu no dia 11 de outubro

08.11.2013 | Atualizado em 08.11.2013 - 06:58
 
Não há provas de que o carro da médica Kátia Vargas Leal Pereira, 45 anos, tenha batido na motocicleta dos irmãos Emanuel, 21, e Emanuelle Gomes, 22, em Ondina, no dia  11 de outubro deste ano, no acidente que matou os dois jovens. Essa é a linha de defesa que o advogado criminalista Sérgio Habib irá apresentar hoje para convencer a Justiça de que a oftalmologista  não teve o intuito de matar, conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE).

Kátia Vargas continua presa no complexo penitenciário
Um dos argumentos da defesa é o laudo emitido pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) e enviado à 7ª Delegacia (Rio Vermelho) no último dia 21.  Na conclusão do documento, os  engenheiros e peritos criminais Antônio José Góes Gil Ferreira e José Roberto Aragão de Araújo  atestam: “Não foi possível registrar o momento exato do contato entre os veículos envolvidos devido à posição das câmeras, distâncias destas ao local do fato e existência de obstáculos entre os equipamentos de captura e o local do fato”.
Com base no documento, o advogado da médica   chamou a colisão de “suposição”. “A perícia do vídeo foi inconclusiva. Se aconteceu realmente o que o MP está afirmando, não aparece nas imagens”, afirmou. “Existem obstáculos, como árvores e um posto de iluminação pública que impossibilitaram a visibilidade no momento do acidente, o que faz com que a colisão seja uma suposição da polícia e do MP”.

Emanuel, 21, e Emanuelle, 22 anos, morreram no dia 11 de outubro 
O laudo, de 18 páginas, analisa as gravações feitas por câmeras da Secretaria da Segurança Pública (SSP). As filmagens analisadas pelos peritos do instituto de criminalista compreendem a faixa de horário entre 8h17m15s e 8h19m20s. Essas imagens são as mesmas que foram exibidas pela imprensa.

Laudo conclui que não foi possível registrar momento da colisão
Velocidade
Questionado sobre o fato do carro da oftalmologista aparecer numa velocidade superior à da moto Yamaha ocupada pelos irmãos Emanuel e Emanuele, Habib argumentou que o vídeo divulgado pela imprensa está acelerado, por isso o veículo aparenta velocidade maior do que a real. “Pode ser que ela tenha acelerado, mas não com a intenção de matar, e sim para seguir o caminho dela”, afirmou.
Outro argumento que será utilizado por Habib na defesa é que, das cinco testemunhas arroladas no processo, apenas uma disse ter visto o Sorento atingindo violentamente a traseira da moto. O criminalista, porém, pondera: “A moto não sofreu nenhum dano na parte traseira. Sequer a placa e os faróis foram arranhados. A foto desmente o que essa testemunha está dizendo”, declarou Habib exibindo a imagem da moto tirada do pátio do DPT.

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