quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EDUCAÇÃO-Medicina cresce menos do que a média


                                                                          

Medicina cresce menos do que a média


 
 

SABINE RIGHETTI
BEATRIZ IZUMINO
DE SÃO PAULO
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O número de matriculados no ensino superior brasileiro subiu 4,4% de 2011 para 2012. Porém, cursos com mais demanda no país, como medicina, tiveram um crescimento mais lento do que a média no mesmo período: 2,8%.
Os números são do Inep/MEC, que publicou ontem dados detalhados do Censo do Ensino Superior de 2012 -que havia sido divulgado em setembro.
Hoje o país tem 2.416 instituições de ensino superior, sendo 193 universidades.
Ao todos, há 7 milhões de brasileiros matriculado em 31.866 cursos superiores de universidades, faculdades e centros universitários.
A quantidade de brasileiros na sala de aula nessa fase da educação é o dobro da registrada em 2002, quando 3,5 milhões estavam matriculados.
O problema é que, na maioria dos casos, o crescimento não acompanha a demanda.
Em medicina, por exemplo, o incremento de concluintes do curso aumentou só 0,5% de 2011 para 2012.
Na prática, isso significa que entraram 100 médicos a mais no mercado em 2012 em relação ao ano anterior.
"É importante aumentar o total de matriculados, mas não estamos aumentando exatamente nos cursos que mais precisam -por exemplo medicina", analisa Fernando Luiz Abrucio professor da FGV e especialista em políticas públicas e educação.
"Engenharia tem tido uma ação mais direta de crescimento", completa.
De fato, os dados do Censo mostram que o número de ingressantes em engenharia de produção e de construção aumentou quatro vezes em dez anos, passando de 84,7 mil em 2002 para 324 mil ingressantes em 2012.
"Mas mesmo que a gente tivesse uma 'super' política pública voltada ao aumento de quantidade de médicos com a criação de novos cursos, ainda assim demoraríamos alguns anos para ter resultados. A formação de médicos leva muito tempo."
Abrucio lembrou ainda que o crescimento de vagas no ensino superior não pode ficar totalmente dependente do ensino superior público "porque isso é completamente insustentável".
O Censo mostra que quantidade de concluintes de cursos superiores do setor privado tem crescido mais do que no setor público.
O número de concluintes de universidades privadas aumentou três vezes de 2002 a 2012. Já nas federais, apesar da expansão, o crescimento de concluintes aumentou 56% no mesmo período.
"O crescimento está no setor privado. Resta saber como conduzir isso", afirma.

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