“As pessoas vão poder ter acesso a uma coisa de qualidade, a que antes não podiam ter. Elas têm fome, têm vontade de conhecimento”. Com essas e outras palavras, a ministra da Cultura Marta Suplicy apresentou ontem, 23, em Fortaleza, detalhes sobre como vai funcionar o Vale Cultura (VC), principal projeto da pasta, que vem sendo anunciado e aguardado desde o governo Lula.
A visita à capital cearense faz parte de uma série de viagens que a ministra têm feito aos estados para apresentar o programa e sensibilizar as empresas a aderirem à proposta. Por aqui, a agenda começou com café da manhã na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), quando o VC foi apresentado para empresários, gestores e produtores culturais. Em seguida, após almoço com o governador Cid Gomes e o prefeito Roberto Cláudio no Palácio da Abolição, Marta Suplicy seguiu para a Câmara, onde expôs o projeto, a convite do vereador Guilherme Sampaio (PT).
Sancionado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012, o projeto consiste em benefício de R$ 50 mensais dados, via cartão magnético, aos trabalhadores com carteira assinada. Desse valor, R$ 45 será pago pelas empresas, que terão isenção fiscal para cobrir esse valor. Os outros R$ 5 sairão do bolso do próprio trabalhador. O valor é exclusivo para consumo de bens culturais, como livros, shows, espetáculos de teatro ou instrumentos musicais.
Entre os pontos do projeto ainda indefinidos, Marta Suplicy citou a confecção dos cartões e o credenciamento das empresas responsáveis pela operação do benefício. “Até julho, a presidente assina o decreto. Enquanto isso, as operadoras estão a toda cadastrando os estabelecimentos”, comentou ela, que espera ter o VC em funcionamento a partir de agosto.
Quanto ao valor do benefício, Marta afirmou que “é pouco, mas não é pouco. Como você pode acumular, não fica tão pouco”. E acrescentou que o projeto pode atingir até 42 milhões de trabalhadores, injetando R$ 25 bilhões da cadeia produtiva. Nos municípios menores, com menor oferta de Cultura, ela espera isso traga incremento à produção.
Quando o assunto são os bens que poderão ser adquiridos com o benefício (jogos eletrônicos e TV a cabo foram excluídos), Marta deixa a escolha para os trabalhadores. “Não vamos interferir na utilização. O ministério não vai ser censor. Queremos que as pessoas experimentem coisas novas”.
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