Um Cérebro para Juazeiro do Norte
Rosângela Maria Reginaldo Tenório
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Juazeiro está em crise e permanecerá nela, caso não seja aplicado um plano glocal de desenvolvimento que resolva, entre outras coisas, seu crescimento, sua densidade global, seu transporte, sua condição ecológica e fundamentalmente sua qualidade de vida.
No meu entender, uma forma eficaz de suprir este déficit seria a operacionalização do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, através de um Conselho forte, composto por entidades representativas e pessoas comprometidas que, “não apenas se limitassem a marcar ponto nas reuniões periódicas”.
Que estas pessoas discutam planos de ação e estratégias de execução e encaminhem para poder Público Municipal com ordem de prioridades, estas medidas com certeza iriam auxiliar na garantia de um futuro brilhante para a administração local e proporcionar uma melhor qualidade de vida para toda a comunidade. Afinal, o conselho é um instrumento de interlocução entre o poder executivo local e a comunidade, seja para prestar contas, seja para pedir apoio, seja para traçar planos de ação e auxiliar operacionalização de sua execução.
Dá muito trabalho por parte do poder executivo local, atender as demandas de um Conselho atuante, mas facilita demais o trabalho do executivo, quando se deseja atingir grandes objetivos e superar grandes desafios.
O futuro da cidade é de responsabilidade de cada cidadão, cabe a cada um, a decisão em ser ator principal, ator coadjuvante ou um mero telespectador dos programas que irão trazer desenvolvimento para o município.
Cada localidade tem suas peculiaridades e cabe a sociedade discutir seus problemas e encontrar soluções para eles. Copiar planos e tentar executá-los, sem antes fazer uma consulta prévia a comunidade, poderão trazer resultados desastrosos, afinal, não é certo fazer experiências com dinheiro público, ainda mais nos tempos de hoje, onde as piores enfermidades (miséria, violência, fome, drogas, prostituição infantil, etc.), paridas pela exclusão social, analfabetismo e má distribuição de renda etc., em parte, instalaram-se em nossa região, aumentando cada vez mais, o fosso que separa os ricos dos pobres.
Como sabemos o marketing de Juazeiro, e porque não dizer da Região do Cariri e até mesmo do Estado, já foi muito bem feito por nosso ícone e protetor: Padre Cícero Romão Batista.
Juazeiro precisa de um cérebro central que seja diariamente alimentado, bem informado, tecnicamente bem estruturado e com amplos poderes para desenhar um Programa de Desenvolvimento Sustentável. Para mim, este Cérebro é formado pelos Conselhos Municipais.
A eficiência e eficácia desses conselhos dependerão da competência e habilidade de cada cidadão envolvido e do compromisso que este cidadão tem em prol do Desenvolvimento de Juazeiro do Norte, terra fundada e abençoada por homens de fé e determinação que lutaram arriscando a sua própria vida para sua edificação.
* Engenheira Agrônoma e Professora da FATEC
Publicado originalmente no Jornal do Cariri desta semana
Prezada Rosângela,
ResponderExcluirConcordo plenamente com as suas colocalções, mas sem antes fazermos algumas observaçõers: Juazeiro do Norte, a meu ver, não é uma cidade no sentido mais amplo da palavra, apenas um amontoado de pessoas convivendo no mesmo espaço, tentando obeter cada vez mais as maiores vantagens individuais sobre o todo. Chego a imaginar que existe uma espécie de autismo coletivo. Nesse caso só enxergamos aquilo que nos interessa. O poder publico há muito está polarizado entre o bem e o mal. O bem é o administrador de plantão e o mal aquele que deixou o posto ou pretende ocupá-lo. A "cidade" foi capturada por esse esquema perverso de modo tal que não consegue se desvencilhar. É como uma cobra que engole o próprio rabo. As suas considerações são oportunas e trazem o sentimento de que alguém está vendo o imbróglio no qual nos metemos. Todavia, torna-se necessário primeiro que façamos um diagnóstico sério e competente sobre aquilo que a "cidade" realmente quer. Há muitos aspectos que carecem de atenção, mas o espaço aqui não pode ser ocupado a qualquer custo.
Illydio Cruz Esmeraldo