Amigos o país tem falado muito
dos atletas de futebol,dos esmurradores nos ringues,dos grandes cangaceiros,dos gestores que desviam as
verbas da nação e dos eleitos que pouco fazem para o engrandecimento deste país, não declinarei nomes para não valorizar ,fica ao bel prazer do leitor.
Dando seqüência à função exclusiva
deste blog ,postarei algumas pinceladas sobre
um dos maiores educadores do Brasil,o grande e imortal Professor Anísio Teixeira.
Homens como Florestan Fernandes,Darcy Ribeiro
, Ferreira Goulart,Anísio Teixeira,Assis Chateaubriand,Paulo Freire,Gilberto Freire,Amália Xavier de Oliveira e outros deveriam ser temas de
estudos semestralmente pelas escolas Públicas e Privadas desta imensa Nação. Acredito
inclusive que muitos brasileiros desconhecem o Professor Anísio e poucos
falariam sobre muitos que contribuíram para a criação da Cidadania.
Fico impressionado com atitudes porventura
esdrúxulas, quando um jogador de futebol recebeu uma medalha da mais alta corte
da cultura brasileira, simplesmente por chutar um retalho de couro cheio de ar,
não tem o menor cabimento. Isto é Brasil.
Iderval Reginaldo Tenório
Quero a sua opinião
Anísio Spínola Teixeira nasceu em Caetité na Bahia em 12 de julho de 1900. Estudou no
Instituto São Luís na cidade em que nasceu e no Colégio Antônio Vieira em
Salvador, ambas jesuíticas. Anísio desejou entrar para a Companhia de Jesus,
porém, seu Pai, Deucleciano Pires Teixeira almejava para o filho uma vida
política e manda-o estudar no Rio de Janeiro. Ingressou, portanto, no curso de
Ciências Jurídicas do Rio de Janeiro. Bacharel em Direito, Anísio recebe o
convite do Governador Góes Calmo para assumir em 1924 a Direção da Instrução
Pública. Iniciava, assim, um caminho rumo a paixão que seguiu até sua morte, a
educação.
Em 1931 assume o cargo de
Diretor Geral da Instrução Pública do Distrito Federal, o qual pedirá demissão
em 1935, devido ao Golpe do Estado Novo. Entre as jazidas de manganês
recém-descobertas e o convite para ser Secretario da Educação do Estado da
Bahia, Anísio optou novamente pela educação, em 1947, como antes já tinha feito
ao deixar de exercer a função de Bacharel em Direito, cargo onde permaneceu até
1951. Durante esse período pelo qual se afastou da vida pública, se dedicou a
exportação de minérios.
Em 1950 criou o Instituto
Educacional Carneiro Ribeiro, conhecida como Escola parque na Bahia que
instituía a educação integral para as crianças de forma nuclear, atendendo as
crianças pobres da região. Oferecia não somente isso, mas várias possibilidades
de acesso a arte, educação física, oficinas etc. A Escola Parque também
abrigava muitas crianças que não tinham onde morar, tornando possível a
vivência de fato da escola. O projeto influenciou outras instituições de ensino
em tempo integral que deu muitos frutos, tendo inclusive, recebido
financiamento da United Nations Educational, Scientific and Cutural
Organization (UNESCO).
Retornou ao Rio de
Janeiro e assumiu o cargo de Secretario geral da CAPES, hoje Coordenação de
Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior. Em 1952, assume o cargo de
diretor do INEP – Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, permanecendo nos
dois cargos até o ano de 1964.
Com a Ditadura Militar
(1964-1985), Anísio foi afastado do cargo e teve seus direitos políticos
cassados, permanecendo apenas na condição de membro do Conselho Federal de
Educação até o ano de 1968, atribuição que assumiu de forma ativa. Em 1971
calava-se a voz de Anísio Teixeira desaparecido em 11 de março do mesmo ano e
encontrado morto num fosso de elevador no dia 14. A perícia afirmou que a morte
foi acidental, porém, a família acredita que Anísio foi vítima da repressão.
Postarei o preambulo da Palestra para os amigos mergulharem noutras pesquisas.
Professor Anísio Teixeira por:
Profa Nilda Teves
Rio de Janeiro – 2000
Palestra proferida na Associação Brasileira de Educação – ABE
Quero registrar, na abertura desta palestra, que tenho consciência plena da responsabilidade que assumo em falar, para platéia tão seleta, sobre a atualidade do pensamento de Anísio Teixeira. Sem dúvida, um dos maiores representantes da nossa Educação.
Suas obras e seus conceitos continuam sendo ricas fontes de conhecimento e de inspiração para os que se preocupam com a educação e com o futuro do nosso país.
Anísio deixou como herança um acervo que tem sido objeto de pesquisas, monografias e teses. Seus textos são revisitados com freqüência como fonte primária para as investigações da história da educação brasileira, por estudiosos de variadas áreas do conhecimento.
Anísio ao analisar a importância da educação, como centro de uma política de desenvolvimento social, criticou nossos sistemas arcaicos de ensino, com seus métodos obsoletos, as falhas na organização das escolas e a formação equivocada dos professores, enfim, tocou em todos os pontos que se referem à educação. Nada passou incólume aos olhos daquele pensador.
Já em 1933 ele falava das duas tendências sociais que modelavam a vida moderna: ciência e democracia. Ele disse que "a civilização moderna tem uma feição singular; ela é uma civilização em permanente mudança". Ciente das mudanças que ocorriam no mundo e preocupado com os destinos do país, e por decorrência, com a educação do nosso povo, ele trouxe para si a árdua missão de defender a escola pública.
Ao apontar caminhos para a reconstrução educacional, em uma sociedade mais justa e mais humana, Anísio se nutriu da utopia de uma escola pública de qualidade para todos e para qualquer um. Utopia, não como algo quimérico, irrealizável ou fantasioso mas, utopia como aquilo que se pode sonhar e se constituir em outro topos, em um lugar onde se pode fazer alguma coisa. Uma utopia racional, como dizia ele, fundada na virtualidade e potencialidade dos conhecimentos humanos existentes, aqui e agora.
É nesse sentido que caminhava seu idealismo e sua visão profética de uma escola de qualidade, legitimada pelo postulado que todos os homens são suficientemente educáveis para conduzir a vida em sociedade, de forma que cada um, e todos, dela partilhassem como iguais, a despeito das diferenças das respectivas histórias pessoais e das diferenças individuais.
Afirmamos que o Professor Anísio Teixeira, sem nenhuma dúvida, foi um dos mais importantes protagonistas da Educação Brasileira, de todos os tempos, e um defensor ímpar da educação democrática. Ele defendeu a democracia como necessidade vital da sociedade moderna. Lutou por isto, até seus últimos dias, e foi uma vítima desta luta.
Por tudo isto volto a dizer que é um desafio falar do pensamento desse homem: um intelectual cuja vida foi exemplo de coerência entre pensar e agir.
Seria veleidade minha admitir originalidade nesta fala. Sabemos todos que falar é se expor. Ao aceitar o convite da Presidência desta histórica Associação Brasileira de Educação, que muito me honra, eu me exponho ao vivo e a cores e submeto ao julgamento dos senhores presentes, algumas reflexões que fiz sobre um tema muito em evidência na nossa sociedade: a formação dos professores e a utilização dos Meios da Educação a Distância. Este é o recorte que faço nas obras de Anísio Teixeira. E é a partir dele que teço considerações sobre a atualidade de seu pensamento. Procurei fazer um como-se-fosse-diálogo-imaginário com seus textos. Mas, me detive, basicamente, em Mestres de Amanhã onde esta questão é mais evidente.
Caro Iderval, deu uma excelente posição sobre o mestre Anísio Teixeira. Agradeço o que aprendi na sua narrativa.
ResponderExcluirGrande abraço,
Jorge
Obrigada por postar o meu texto e por admirar Anísio Teixeira, tanto quanto eu. A educação precisa ressaltar esses nomes. Grata. Iasmin da Costa Marinho
ResponderExcluirQuem agradece somos nós pela bela aula , o blog apenas divulga os intelectuais de seu naipe e do naipe do Prof. Anísio.
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