quinta-feira, 21 de junho de 2012

ZÉ CALIXTO


O Zé Calixto vem de uma família de Campina Grande  na Paraíba,na qual todos os irmãos e o próprio pai tocam a famosa Sanfona de 8 Baixos, a Sanfona Pé de  Bode, o importante deste instrumento é que cada Pé de Bode tem uma identificação com o dono,pois os mesmos abrem e mudam uma das palhetas para produzir o som predileto do tocador, só eles sabem o grau de afinação.Citarei grandes nomes que dominam esta arte:Severino Januário(Pai de Luiz Gonzaga),Elino Julião,Abdias,Gerson Filho,João e Zé Calixto e outros grandes que manipulam  este instrumento italiano que tão bem se adaptou ao Nordeste Brasileiro. Para vocês  terem uma vaga idéia ,o Borguete não toca outra  8 baixos e assim por diante.A 8 Baixos tem um segredo que só dono sabe.
Iderval Reginaldo Tenório


                                 

                                                                           
   

Zé Calixto

José Calixto
1939 Campina Grande, PB


Conhecido como o Rei dos oito baixos, dedicou toda sua vida à sanfona, desenvolvendo, especialmente, o gosto pela execussão do forró junino.Em 1960, gravou uma série de 4 discos ao acordeom pela gravadora Sinter com os forrós "Forró de Seu Dideu", "Forró em Serra Branca", "Forró em Campina Grande" e "Bodocongó"; a polca "Polquinha brejeira"; o frevo "Oito baixos no frevo"; o xote "Xote em fá" e o choro "Bossa-nova em oito baixos", todas de sua autoria. Com sua sanfona de oito baixos, chamou tanto a atenção dos produtores cariocas, que logo foi contratado pela Phillips, passando a gravar um LP por ano.

Em 1961, por aquela gravadora, lançou os forrós "Arrodeando a fogueira", de sua autoria e "Apertadinho", de Ari Monteiro e Airão Reis. Em 1963, gravou, também na Philips, dois forrós: "A pisada é essa", com Jackson do Pandeiro e "Tempo de milho verde", com Aquilino Quintanilha.

Participou da coletânea "O fino da roça", lançada pela gravadora Philips, em 1969, da qual participaram ainda, Jackson do Pandeiro, Zé Catraca, Messias Holanda, Zé Messias, Adélia Ramos e Elino Julião, liderados por Genival Lacerda, que substituiu Jackson do Pandeiro na excursão homônima, percorrendo todo o Nordeste, tocando com sucesso em clubes e praças, por ocasião dos festejos juninos.

Terminado o contrato com a Philips, Calixto foi recebido por quatro outras gravadoras, passando pela CBS, Tapecá, Continental e Odeon-EMI, lançando ao todo 26 discos solo.

Em 1972, teve as músicas "Forró do Nino", parceria com New Carlos e "Forró do mestre-sala", com Manoel Serafim gravadas no LP "Forró na palhoça" da CBS com interpretações suas.

O LP lançado pela CBS, em 1973, trazia como destasques "Forró do Nino", de Bastinho Calixto e New Carlos e "Forró do mestre-sala", de sua autoria com Manoel Serafim.

Em 1974, teve os forrós "No cantinho da parede" e "Só pra perturbar", parceria com Bastinho Calixto, gravados por Bastinho Calixto pela EMI.

Atualmente, trabalhando com gravadoras independentes, é dedefinido por Sivuca, seu companheiro de forró, que o conhece a 40 anos, como "um cavalheiro rústico, um artesão no fole de oito baixos, já que ele mesmo afina sua sanfona". Como artesão, Zé Calixto não se limita a seu instrumento, afinando, também, a sanfona e outros músicos.

Seu reconhecimento como instrumentista se

estende por vários artistas ligados à sanfona de oito baixos, como Joelson dos Oito Baixos que, com 40 anos de carreira, o aponta como ídolo.

É considerado também como ídolo de vários grupos da nova geração do forró, influenciando bandas como o Trio Forrozão e tendo participação no primeiro disco do grupo Mestre Ambrósio.

Faz questão de retornar à sua terra natal, Campina Grande, anualmente, para se apresentar no período das festas de São João, geralmente acompanhado de amigos, como Genival Lacerda e Borguetinho.


  1. Zé Calixto - Escadaria

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  2. Entrevista com Zé Calixto

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    Tente fazer igual!
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Há quase 5.000 anos surgia o mais primitivo ancestral da sanfona hoje conhecida: o Cheng. Criado na China, o instrumento era formado por um recipiente de ar, um canudo de sopro e tubos de bambu.
Zequinha Aleixo

Esse intrigante invento chamou a atenção de muitos curiosos, entre eles o fabricante de instrumentos europeu Friedrich Ludwig Buschman e o austríaco Cyrillus Demien. Em 1822, Ludwig criou um instrumento de sopro um pouco mais elaborado, utilizando ainda o sistema de palhetas; e, sete anos depois, Demien acrescentou o fole àquela engenhoca, patenteando a sua invenção com o nome de acordeon, devido aos acordes obtidos através da manipulação de seus quatro botões.
O processo de idealização do instrumento na Europa, no entanto, contou com inúmeros personagens até que fosse concluído: na Rússia, surgiu o Harmônio de Kratzestein; na França, tivemos o Órgão de Granié, o Tipófono de Pinsonat e a Gaita de Boca de Eschenbach.
À dedicação desses homens foi somado o trabalho de grandes fábricas – em especial as italianas Paolo Soprani e Scandalli e a alemã Hohner – proporcionando o aperfeiçoamento do acordeon, de modo que, a partir de um mesmo instrumento, fosse possível produzir desde a música popular até a erudita.
120 Baixos

Foram as imigrações alemã e italiana as responsáveis pela chegada da sanfona no Brasil, especialmente para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Presença forte na porção meridional e no interior do Brasil, o instrumento era comumente utilizado como forma de representação das tradições daquelas comunidades, através da execução de ritmos diversos, como o fado, a valsa, a polca.
Nas diferentes regiões por onde passou, o acordeon foi ganhando características pessoais do local, assim como diferentes denominações: sanfona, no Nordeste; gaita, gaita de foles, realejo, no Sul.
Muito difundido no país na década de 50, agradava a todos os gostos devido à sua versatilidade. É nesse contexto que surge a figura de Luiz Gonzaga, o grande responsável por popularizar o instrumento e difundir a denominação de sanfona, através do grande sucesso de sua carreira musical. No entanto, já nos anos 60, com a invasão do Rock e o surgimento da Bossa Nova, a sanfona perde espaço e as fábricas brasileiras - Todeschini, Hering, Minuano e outras - fecham as portas.
HHoje, nos primeiros anos do novo século, é possível perceber, contudo, que "a sanfona ainda não desafinou" e continua forte, reconquistando seu espaço no imaginário popular e nas produções musicais Brasil a fora.
Joquinha Gonzaga

"Com os tostõezinhos, comprou a primeira sanfona, de oito baixos, como o pai". Esse fragmento retrata uma importante fase da vida de Luiz Gonzaga: a aquisição da primeira sanfona.
A sanfona de oito baixos, também conhecida como pé-de-bode, fole de 8 baixos, fole, harmônica ou simplesmente 8 baixos, faz parte da memória musical e afetiva do Nordeste, verdadeiro patrimônio cultural sertanejo.
Zé Calixto

Foi muito popular no meio rural nordestino e presente em todos os momentos de festividade e diversão das comunidades dos pés-de-serra, responsável pela iniciação dos grandes ícones da sanfona nordestina: Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Sivuca e outros.
Considerado pelos sanfoneiros um dos instrumentos de mais difícil execução, pelo jogo de fole obrigatório, a tradição do fole de 8 baixos é uma arte que atualmente é dominada por poucos. Esse instrumento recebe, no Nordeste, uma afinação diferente, única no mundo, só utilizada pelos sanfoneiros de 8 baixos dessa região do Brasil, que confere ao instrumento maiores recursos, ampliando as possibilidades de execução musical.

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