quinta-feira, 30 de março de 2017

NAVIO NEGREIRO CASTRO ALVES






Navio Negreiro
Castro Alves (1847 — 1871)

 

NAVIO NEGREIRO

CASTRO ALVES 

I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta. 

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro... 

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas... 

Donde vem? onde vai?  Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço. 

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade! 

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa! 

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos! 

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia... 

.......................................................... 
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa! 

Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas. 

 
II
    
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após. 

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão! 

O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir! 

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
 

III
   
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
 


IV
    
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... 

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs! 

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais... 

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri! 

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..." 

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!...  

 
V
   
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! 

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?   Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!... 

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos. 

Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . . 

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael. 

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!...
 
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer. 

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...
 
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!... 

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...





Esta, que é a parte mais comovente e intensa do poema "Navio Negreiro" vai aqui declamada com brilhantismo por Paulo Autran para o seu deleite
VI
      
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia? 

Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... 

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!... 

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!
 










 

0 Brasil a caminho do fracasso


Imagem relacionada
Adicionar legenda
                                    0 Brasil a caminho do fracasso

Com o mundo globalizado, cabe a cada nação o seu papel, enquanto mais importante nos setores cultura, tradição, educação, economia e produção, maior a sua força uma vez que esta nação é dona do capital, das patentes e da inteligência.
Para demonstrar e configurar este cenário, foi criado o g8( oito nações que comandam o mundo, EUA, FRANÇA, INGLATERRA, JAPÃO, ITALIA, RÚSSIA, CANADÁ E ALEMANHA) e as nações periféricas( os demais  183 ) pois ao todo,  são 191 .
O grupo G8 comanda o universo em todos os seus ângulos, este  grupo é dono de 99% de todas as patentes,  de 70%  do capital do globo, de 90% do PIB mundial, de 95% de todas as pesquisas, dona de 90% de todos os pontos turísticos encastoados nas cabeças do seres humanos , desde a sua formação na infância que serão aflorados na idade adulta, só se conformando quando visita tudo aquilo que estudou na história no curso primário e ginasial, este método nada mais é do que uma lavagem cerebral imposta pelo G8 em prol do turismo do futuro, este grupo é dono de todas as marcas importantes montadas nos países periféricos, é dona de 90% do consumo de toda a energia do globo  e pasmem os senhores, mais de 50% do que ele come são produzidos nas terras dos periféricos como nos tempos das colônias, tem mais, 70% de todo o lixo é produzido por este grupo.  

exemplo:   
uma criança americana ou europeia  de 1 ano de idade , já consumiu o correspondente ao consumo de um nordestino de 50 anos de idade e já produziu 50 vezes mais lixo do que este.
O grupo que não faz parte desta elite é chamado de nações  periféricas, este grupo  nada produz , quase que não possui patentes  e tudo que fabrica são considerado copias, uma vez que  não fabrica, apenas monta,  monta carros, motores, telefones, computadores e quase tudo , 98% que consome vem do G8 ou são propriedades patenteadas pelo G8 (carros, remédios, perfumes, maquinas, manufaturas, modas, mídias, softwares, aparelhos médicos para todas as doenças do universo,).
RESUMINDO.
O G8 produz inteligências, é dona das patentes, do capital e das tradições, o grupo periférico nada produz, ainda está na idade do extrativismo, exporta commodities  que  são: minerais (ferro e etc) , alimentos como a soja, o café, as carnes, as frutas e outras relíquias. 

Observação, para produzir estes alimentos , importa defensivos agrícolas, adubos, técnicos, máquinas, medicamentos e todos os insumos necessários para a alta produção por hectare.
O G8 ao enviar para os países periféricos os seus produtos  acabados, modernos e que preenchem os sonhos dos seres humanos, recebe de volta milhares de dólares e incrementa mais ainda a sua supremacia, isto é, suga todas as riquezas dos demais 183, que são os periféricos.
o grupo dos periféricos ao enviar as suas commodities para os G8, envia as suas riquezas naturais in natura, matérias grossas, em estado bruto  e sem agregação de valores, recebe de volta migalhas.
  Basta ter  estes exemplos como parâmetros
- O país envia uma tonelada de ferro bruto e de volta recebe uma tesoura de corte de cabelo, envia uma tonelada de nióbio e recebe de volta um telefone de ultima geração.
Como na época do índios,  compra-se um povo por um espelho, um punhado de pólvora e um taco de picolé, tudo que este povo faz,  tem que enviar um pedaço para o G8. É a tal da patente.
Quem manda no mundo é o G8, o outro grupo  apenas é induzido a consumir, como não produz riquezas, consome o seu principal, cria empregos no setor de serviços, é obrigado a ensinar o seu povo a consumir o que existe de mais moderno no mundo e em contra partida  é  obrigado  pelo g8 a inibir os setores de produção e de  inteligência.
Criam-se dois grupos:
O grupo dos comandantes e o grupo dos comandados.

PARA SAIR DESTE QUADRO, É PRECISO EM PARALELO IMPLANTAR UM SISTEMA DE PESQUISA, DE VALORIZAÇÃO DO SEUS CIENTISTAS E PENSADORES, INVESTIR MACIÇAMENTE NA EDUCAÇÃO DOS SEUS JOVENS E APOIAR OS PEQUENOS INVENTORES BRASILEIROS, O PAÍS NÃO É SÓ FUTEBOL E CORPO, O PAÍS É CÉREBRO .
É uma opinião, comentem.
Iderval Reginaldo Tenório
                                                                                                                       

Teodoro e sampaio A Dormideira 1988 - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=hTirwGY4wKw
31 de ago de 2015 - Vídeo enviado por APAIXONADO SEMPRE
Teodoro e sampaio A Dormideira 1988. APAIXONADO SEMPRE. Loading... Unsubscribe from ...

Teodoro e sampaio Peso na cama 1986 - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=02MzmRQUV0U
6 de set de 2015 - Vídeo enviado por APAIXONADO SEMPRE
Teodoro & Sampaio - Peso Na Cama - Duration: 2:38. Pra Sempre Sertanejo II 4,782 views · 2:38 ...

TEODORO & SAMPAIO CAMA QUEBRADA - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=_rNDqurSpjg
24 de jul de 2014 - Vídeo enviado por ivan naizer
LP NOS BRAÇOS DO MUNDO 1981 MUSICA BOA!
7 de ago de 2011 - Vídeo enviado por Mauri Muniz
Mix - Teodoro e Sampaio - Peso na Cama - Delícias de AmorYouTube · DVD Completo - Teodoro ...